segunda-feira, janeiro 29, 2007

Tecer é tarefa par. Eu explico. No tear, urdidura e trama se entrelaçam. Assim como quem ama deseja enlaçar não só as mãos, mas as linhas da vida.
Tem gente que se esticaaaaaaaaaa, se dilata inteira no calor do sentimento. Para atingir o tom: afina.
Na urdidura os fios tensos e paralelos, dispostos no tear. Esperando o perpassar trans-versal dos fios da trama. Maleáveis. Tramar é escolher. Tecer a vida.
Penso em quem se estica até os limites da resistência. E já nem sei se é força ou fraqueza. Até onde vai a minha força sem que minha fraqueza venha.... a partir? ou partir? Um pergunta me diz de sua nacionalidade e a outra de sua missão. Sim, missão! Porque há algo de sagrado no romper. E tudo que é sagrado tem força. E já nem sei se a força só existe na negação da fraqueza ou na sua aceitação. É, eu sei... Nem sempre uma coisa exclui a outra.
Tudo isso porque eu já não sei se é sinal de força ou de fraqueza quem sabe dar as mãos mas não sabe entrelaçar as linhas da vida... E continua segurando a mão mesmo quando já não caminham mais de mãos dadas. Explico de novo....
Ím-par.
Ele nada disse. Mas sempre deu a entender....E foi tanta conversa antecedendo o ato... Quando ele segurou em suas mãos, olhou em seus olhos e beijou seus lábios...Ela acreditou no que ele dizia, assim sem nada dizer. E pela intensidade do que ela sentia as coisas tinham outro nome. E bem sabia que o nome dava o significado.
E agora só havia esse silêncio....cheio de palavras vazias. Coisa de quem seguiu o seu próprio caminho e tem medo. E quer manter aquela mão ali...disponível. Mas hoje ela pensa que esse medo é todo dela. Advinhar o nome que cada um dá as coisas é charlatanismo. E essa espera pela palavra salvadora é cinza e fria. Corta. Ela tem medo de perguntar:
- Como você me chama?!
- E se me chama...porque não consigo escutar?!
Ele continua dando a entender coisas que ela não entende. Ela gostaria de ter certeza se a certeza não tivesse nenhuma dúvida.
Confusão é tudo que resta quando tentamos manter todas as possibilidades...sem escolher uma. É que ele tem tanto a fazer....coisas dele sabe, antes de qualquer escolha. No fundo ela sabe que ele na sua não-escolha, já escolheu. Mas é tão fundo e tão escuro que ela ainda não consegue ver. É noite, sabe.
Penso no padroeiro dos cozinheiros... Será que ela é devota de São Lourenço e pensa em viver o exemplo de sua santidade e martírio?! E vai se deixar martirizar assim por essa falta de amor próprio que queima e arde até que possa dizer como São Lourenço: - Vire-me, que já estou bem assado desse lado!
Ah, São Lourenço..... Valei-me que não!!!!
É que o apetite do Amor tem sua urgência e pede a carne crua.
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Cecília Braga
(Sobre o que você me pediu para escrever...mas é tudo tão teu, que não sei se soube traduzir).

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Pensamento Parasita

Karina – Hoje não vai ter treino nem ensaio.
Antônio – Oxente, por que?
Karina – Por nada
Antônio – Nada e o que mais?
Karina – Nada, porque eu tenho mais o que fazer além de ficar aqui olhando pra sua cara de leso.
Antônio – E depois?
Karina – Depois de quê?
Antônio – Depois que você fizer o que você tem que fazer , além de ficar olhando pra minha cara de leso.
Karina – Eu, se fosse tu, não esperava não!
Antônio - Não vou esperar mesmo não, Karina.Sabe por quê? Por que esse tal amor que personagem finge que sente, amor dessa qualidade que tem paciência até pra esperar passar entre um anuncio e outro, para somente no voltamos a nos apresentar, para concluir o que tinha fingido que tinha começado! Esse tal amor é somente de ficção, e é muito diferente desse negócio aqui que eu sinto, esse negócio de doido! Que eu não encontro nome, e nem em todas as palavras existentes e que não tem som e nem letra escrita que explique como ele é exagerado!
Karina – onde foi que tu leu isso?
Antônio - Eu nem li, nem decorei, e nem sei repetir de novo, Porque simplesmente, esse tipo de verdade não carece de ser documentado em papel, ou romance e nem filme de cinema, pois não é da conta de ninguém a não ser da pessoa que sente , além da outra responsável pelo afeto causado! A conversa aqui é somente entre tu e eu, eu e tu, Karina. Finge somente uma vez que tu é tu que é pra ver se tu descobre o que tu sente.. Porque esse beijo que eu vou te dar agora, esse vai ser meu de verdade!! (Filme - A Máquina).
Desarticulada. Desconcertada. Reflexiva. E não haveria como ser diferente.
Tem coisas que me deixam é despida. A palavra certa é essa: despida. Envergada pelo peso da realidade e envergonhada perante minha nudez. Ahã! Andei lendo. Milan kundera - Risíveis Amores. Seria Cômico se não fosse tão trágico: fingimento, dissimulação, jogo, encenação, falsidade....Tudo que possa mascarar o que realmente sentimos e queremos. Todos os nossos problemas de relacionamentos emanam daqui: não há autenticidade. Não há verdadeira comunicação. Hamlet cabe bem aqui: "Isto acima de tudo: seja verdadeiro contigo mesmo; e deverá suceder, como a noite ao dia, que não poderás então ser falso com ninguém". É conselho do idoso Polônio ao filho Laerte. Não só a ele. Eu sei, é coisa por demais difícil mostrar-se. Ainda mais mostrar-se vulnerável, feio, ciumento, invejoso, ganancioso, mesquinho, e uma lista de coisas que lutamos sempre pra esconder. Sabemos lidar com a ambivalência não. Somos sim cheios desses sentimentos contraditórios.
Entristece? Ah, sim. Ninguém quer ser visto assim nu pelo olho do outro. Medo de não ser aceito.... É que medo de ser mal visto é só mesmo medo de ser mal quisto. O conflito é entre parecer e ser; entre parecer e ter. É sempre o que parece. O que o outro enxerga em mim. O que eu quero que ele veja. É nesse jogo mesquinho e egoísta de todo dia em que as pseudo-relações são construídas. Alicerçadas em ilusões, em mal-ditos, mal-entendidos. Não acredito na música de Roberto Carlos e nem inflo o meu peito proclamando que quero ter um milhão de amigos. Acho impossível. Amizade não é coleguismo. Pede: - tempo para estar, doação do ser, entrega. - sentimentos verdadeiramente partilhados, sinceridade e honestidade consigo e com o outro. - escuta gentil e aceitação de quem somos, do nosso ritmo e nosso passo. - Muita Paciência: não estou pronta e não estarei...nem quando o sopro de vida que há em mim escapulir num suspiro. - Sinceridade e responsabilidade pelos nossos sentimentos, porque as reações e sentimentos que tenho perante qualquer atitude do outro, emanam de mim.
E se muitas vezes batemos porta, fazemos birra, bicos e caras e bocas, melindres e mais melindres, é a criança em nós. Nossa imaturidade. Crescer é trabalho de uma vida. Maturar até morrer. São tantas mortes em vida. E tanta ressureição. Comunicação franca: porque somos seres únicos. Diversidade é palavra acertada e respeito é fundamental. Porque eu não penso, falo, sinto, vejo e vivencio como ninguém. E o que se diz, nem sempre é o que se ouve. E o significado que dou as coisas, inclusive às palavras é só meu. E tudo isso demanda tempo e vontade de descobrir. E amor. Exercícios, tantos: deixar de lado minhas dores e ser para o outro. Saber que ele me entrega o seu sagrado e recebê-lo com gratidão, respeito e mãos gentis. Não querer usar a sua fala, o seu grito, o seu riso, como introdução para me colocar em cena, para me identificar ou comparar. Não querer ser o messias e lhe dizer o que deve ser feito e impedir o outro de crescer. Tomar suas responsábilidades para mim e deixá-lo assim sobre o meu domínio por dependência.
De todas as frases marcantes do livro, esse trecho ficou mais forte: "...jamais encontrou nada de essencial nem em seus amores, nem em seu trabalho, nem em suas idéias. Ele é honesto demais para admitir que encontra o essencial no não essencial, mas é fraco demais para não desejar secretamente o essencial. Ah, Senhoras e Senhores, como é triste viver quando não se pode levar nada a sério, nada e ninguém! (...) A antítese essencial deste mundo tanto mais existente quanto menos essencial é".
Ah, eu quero é um amor assim que nem o de Antônio! Sentimento é coisa que contagia. Vibra numa boa frequência e o universo te devolve. Se eu me levar a sério, levarei os outros. Energia, propaga.
E sabedoria e prudência com as escolhas das amizades e amores....fingimento é muito sabe.
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Cecília Braga

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Sem Mandamentos - Oswaldo Montenegro


Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos

De rostos serenos, de palavras soltas

Eu quero a rua toda parecendo louca

Com gente gritando e se abraçando ao sol

Hoje eu quero ver a bola da criança livre

Quero ver os sonhos todos nas janelas

Quero ver vocês andando por aí

Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse

Eu até desculpo o que você falou

Eu quero ver meu coração no seu sorriso

E no olho da tarde a primeira luz

Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto

Eu quero um carnaval no engarrafamento

E que dez mil estrelas vão riscando o céu

Buscando a sua casa no amanhecer

Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada

Rasgar a noite escura como um lampião

Eu vou fazer seresta na sua calçada

Eu vou fazer misérias no seu coração

Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua

Pra escrever a música sem pretensão

Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce

E que triunfe a força da imaginação


Sem Mandamentos ... escuta.



Todo mundo carece. Isso é fato. Assim como se esconder atrás dos hábitos. E da falsa segurança que eles nos trazem. Tanta defesa pro que vem de fora, quando o confronto acontece é dentro. Mas gostamos é de eneblinar tudo. E transformar cortinas de fumaça em cortinas de ferro. Tornar frio e sólido. Palpável sim. Maleável, só ao fogo. Jamais ao toque. E como é costume, conserva-se. Viver assim sem querer apreender os atos, e sem querer viver o improviso, apesar do roteiro, é aceitar os maus hábitos emocionais que aprendemos e executamos, inconsciente e automaticamente. Defesas e Limites. Passamos a vida toda nos escondendo dos nossos verdadeiros sentimentos, camuflando nossa raiva numa depressão, no sentimento de culpa. Encenando a vítima. Tendo compaixão pelos culpados. E sem ter compaixão nenhuma por nossos próprios erros. Nos condenando e torturando dia a dia, represando dor e angústia, medo e anseio. Coragem é preciso ter sempre para se olhar no espelho e ver o que andamos refletindo. Pra caminhar por entre a paisagem eneblinada que pintamos e saber o que realmente há ali. E o que eu mesmo quis esconder de mim. Muitas e muitas vezes estamos ali, na Tabacaria de Fernando Pessoa e quando tentamos retirar à máscara, ela parece estar colada ao rosto. Ah, é preciso ser honesto consigo mesmo. E ter tendências a...não implica sê-lo. Tanta coisa influi no que somos. Mas nada determina. Erramos tanto no caminho. Aceitar é preciso. Saber-se em construção, em crescimento. E nunca pronto. Nunca somos tão terríveis quanto imaginamos e tão bons como pensamos ser. Bom é quando há alguém que te faz perceber o teu valor e importãncia, e o que há de melhor em você. Que acredita, vibra. Porque muitas vezes já desistimos de nós e há tantos que já desistiram da vida. Muitos são os que com o dedo em riste sabem apontar todas as nossas falhas. Mas incapazes de nos dar a mão. Tantas vozes em uníssono já profetizaram o terrivel final nosso de cada dia. Acredita não. Existe alguém sempre perto que sabe caminhar lado a lado com você, mesmo que distante. Percorre teus dias com satisfação, eles te trouxeram até aqui. E só esse agora é que conta. Tudo pode ser diferente. Esse é o milagre que você pode e deve operar. Transformar sua vida. É que há dias tenho pensado no filme Perfume de Mulher, remexeu aqui dentro em tudo. Alguém precisa muitas vezes nos ver. E estar disposto a perder a vida por nós. Para que possamos enxergar quem somos. E que tudo tudo não passa mesmo de uma única vontade que temos, camuflada, represada, disfarçada e adulterada: "Vontade de amar simplesmente", como bem soube dizer Quintana.

Fica sempre a alegria da dança do universo, da dança da vida, apesar do "medo de dançar errado"...

"Se erra ou se atrapalha, continua dançando".


Sigo assim, saboreando plenamente cada momento, "um dia de cada vez", porque "vive-se uma vida em um momento". Eu ouso dizer só de momentos. E sei que você também não quer desperdiçá-los.


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Cecília Braga


Moon-day...Segunda-feira linda de sol. Escolhas esperando por nós. Coragem e Integridade é tudo que precisamos. Bora!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Brincadeira de Criança

A Elenita me passou essa Tarefinha, difícil que só. Sei dizer "uma" coisa não. Síntese me falta quase sempre.Brincadeira de Criança: - coisa séria!
Nome: Maria Cecília.
Apelidos: Ciça, Ceci...Carinho sincero é sempre bão. Fique à vontade.
Niver: 21 de Janeiro
Cidade: Natal: Salvador. Onde vivo: Feira de Santana.
Signo: Sol em Aquário, ascendendo em Peixes e lua em Sagitário.
Olhos: Castanhos Claros .
Uma cor: Azul.
Um verbo: Amar.
Uma roupa: confortável.
Uma novela: ai ai ai
Um horário: Noturno.
Um dia: Hoje.
Um mês: Este.
Um calçado: Vamos pra onde?.
Um refrigerante: Sprite
Um suco: Laranja, Limão.
Um animal: Cachorro.
Uma letra: PSI
Uma sílaba: Tônica
Uma comida: Massa
Uma estação: Todas.
Uma fruta: Pêra.
Uma matéria:Xiiiii
Um professor: Um?! Nélio Rosa, Eloy Barreto...tantos.
Uma música: do dia?! Hoje: Realejo.
Uma banda: The Beatles.
Um passa-tempo: o que me traz alegria e prazer, só assim o tempo passa.
Um esporte: andar.
Um super héroi: Hiro Nakamura.
Um seriado:Heroes - o único que consegui acompanhar... por hora.
Um time: SPFC.
Um medo: do medo.
Uma mania: sei não.
Um chocolate: Serenata do Amor.
Um signo: Sem predileções.
Um ídolo: Pessoas que me inspiram...muitas. Ídolos, não.
Um instrumento musical: Amo música. Acho tudo lindo: Violão, Guitarra, banjo, gaita, sax...
Um colégio: A Escola da Ponte em Portugal
Adoro: Ler, ouvir música, andar....e coisas que nem cabem aqui.
Amo: Minha família.
Odeio: Não consigo odiar.
Ciúmes: um defeito, eu tenho.
Um segredo: úh!.
Flor: Lírio.
Um sorvete: no calor.
Shopping: Gosto não.
Um CD: Vários.
Um estilo musical: depende do dia...mas nunca haverá dia de: Axé, Pagode e Funk.
Um sentimento: paz.
Um presente: a presença de quem amo. "Estar também é dar", bem sabia Clarice.
Uma sala de aula: o mundo.
Faculdade: vixe!Mental? -Está Ok!
Um filme: Inúmeros. listando uns: Tempo de Recomeçar, Sociedade dos Poetas Mortos, O advogado do Diabo, Valentin, Perfume de Mulher, Big Fish, O fabuloso destino de Amèlie Poulain, I am Sam e tantos outros.
Uma paixão: viver.
Um namorado: "Aquele que será meu marido", citando a Elenita.
Saudades: Do meu avô e da minha avó.
Uma coisa cansativa: O que não quero fazer. Antes de fazer já canso.
Um momento: aqueles cheios de eternidade.
Dia ou noite: depende.
Praia ou montanha: depende.
Uma balada: Romântica.
Um defeito: Ser explosiva.
Uma qualidade: o que é que vc queria saber mesmo?!.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Flower


Encantada que só. Vida que se desembestou a florir. Caminho tentando conter um sorriso que me escapole fácil pelos cantos da boca. Alegria que transborda. Vez em quando vejo alguém olhar pra mim com cara de ponto de interrogação, tudo convergindo para o centro da testa: - endoideceste?!. Só pode!

Aí é que meu sorriso escapole inteiro, cheio de dentes. E olho nos olhos daquela estranha que passa. Ela também sorri. E sei que ela entende...

Sabe quando você faz uma bandidagem, uma serelepice gostosa que só, e fica com cara de bolacha traquinas?Apois!

Chega essa menina qualquer afirma. E depois pergunta: - Aprontou. O que, hein?! E você explode num riso por demais gostoso e denunciador. Porque mesmo que você coloque a mão direita sobre a Bíblia sagrada e faça o juramento. Teu sorriso já te condenou. Ahã! Adianta mais nada. E você continua sorrindo confirmando o veredicto.

Sentimento, energia é coisa forte. Conter adianta não. E nem se consegue. Extravasa.

Durmo enebriada com tamanha beleza e perfume. Coração em prece. Faíscas nos olhos.

Agradecida, sabe.

Há quem pense que é síndrome de Poliana ou de Alice no País das Maravilhas. Tisc, Tisc. É que a vida te dá exatamente o que você espera.

Hoje, já desenhei na minha mão o meu destino. Ah, Lindo que só. Precisa de vê!

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Cecília Braga

terça-feira, janeiro 16, 2007

Travessia


À caminho. Paisagem linda, verde-novo. Luz, tanta. E sombra pra vez em quando descansar. Ter os pés nus, eu gosto. Sentir a terra...Mas hoje quero subir a Montanha. Mochila: água, bolachas e sandália de padre. Só a alma é quem vai nua. Amo as montanhas. E seu simbolismo.

O poeta Hesíodo a chama de Úrea, do grego óresthai, elevar-se. É a "agradável habitação das Ninfas".

Símbolo de Transcendência. Lugar das Manifestações. Do sagrado - Hierofanias. De Deus - teofania. Lugar de Encontro. Ascensão.

Rumo ao céu. Quero é experimentá-lo. Fazê-lo realidade manifesta no caminho. No amor.

Pressa, ficou a uns passos atrás. Brisa e presença. Inquietação de pensamento, natureza silencia. Sabedoria.

Racionalizar a vida, quero não. Quero deixar brotar. Apesar de toda impossiblidade.

Vez em quando olho pra trás. Só pra colher os frutos. E celebrar o caminho. Cada passo meu fez o caminho que me trouxe até aqui. E me fiz e refiz neles. Paisagem foi eu que plantei.

Mesmo daqui, só vejo escolhas. Liberdade. Cicatrizes, tenho muitas. Elas me tornaram muito melhor. Como Cecília Meireles também aprendi com a primavera a me deixar cortar. E voltar sempre inteira.

Meus pés no topo. Olhos fixos no céu. Não é perda de tempo. É tempo de eternidade.

Ah, Clarice! Também sou secreta por natureza. O que há de mais sacro em mim, é lugar que chegam poucos. E tenho vivido histórias lindas de arrepiar.

Eu só queria saber tocar violão. Ver o sol se pôr em sol maior.

Companhia, só queria uma. Noite toda, e noite a dentro...sob a luz da lua.

Lugar melhor, não haveria. Sagradas montanhas.

No Monte Sinai, Moisés recebeu as Tábuas da Lei. Garizim é o cume sagrado nas montanhas de Efraim. Abraão subiu a montanha para dar seu único filho em sacrifício: Isaac. Elias obtém o milagre da chuva nos píncaros do monte Carmelo. O Sermão da Montanha, de uma transcendência sem igual. Jesus se transfigurou no alto da montanha. Nos montes das Oliveiras, ascendeu.

Hoje, só quero isso: ascender.

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Cecília Braga

domingo, janeiro 14, 2007

O amor por entre o verde - Vinícius de Moraes


Não é sem freqüência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns treze anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo, dezesseis, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu lhe asseguro: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam. Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhe os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o ombro do outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno, numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor, e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos cabelos, e termina tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo. Que será, pergunto-me eu em vão, dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os ritos do amor? Prosseguirão se amando, ou de súbito, na sua jovem incontinência, procurarão o contato de outras bocas, de outras mãos, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã, quando eu chegar à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com a cabeleira solta em lugar dessa com os cabelos presos? E se prosseguirem se amando, pergunto-me novamente em vão, será que um dia se casarão e serão felizes? Quando, satisfeita a sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão um para o outro e se darão um grande abraço de ternura? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou inteligente do que ele a tinha imaginado? É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado... Esqueço o casalzinho no parque para perder-me por um momento na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que freqüentemente aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto, passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos por um instante e não se reconheceram. E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca a tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Blue(s)


Tudo devastado por dentro, fora não se avista beleza. Furacão quando passa trata de tirar primeiro os nossos pés do chão. Tira logo é a realidade. Fica onde segurar não. Fica é nada. Trabalho de uma vida todo pelo chão. Ruínas que tiram até o direito ao vazio. Tudo remexido: pensamento, emoção, raciocínio, alma e vísceras. Quem ousa se fazer abrigo sabe dos riscos. E que existe gente que quando sai, bate a porta com tamanha força que compromete as estruturas. Natureza é coisa imprevisível. Natureza de gente também. Em fúria, devastam. Respondem ao desequilíbrio. Coisa do bicho homem mesmo.


Mas tem gente rara que nem dia de alegria sincera. De amizade verdadeira. E amor para toda vida. Ah, tornam tudo aquilo tão menor...Coração chega a gargalhar dentro do peito. Feliz que só! Tenho muitas pessoas não, nem quero. Gosto de me perder na multidão não. Quero o aconchego de quem abre a porta, casa simples, sorriso sincero sempre e apesar de. Gosto da partilha sem pressa e sem máscara. De gente cheia de sonhos e com mãos ávidas por transformar. De beleza que vem transbordando de dentro e quando se olha nos olhos, encanta. Aquele brilho, sabe. Mesmo quando tudo doi. Gosto de passar a vida inteira conhecendo as mesmas pessoas, me reconhecendo e me apaixonando por elas.

Tenho amigos lindos que nem pôr-de-sol em beira-mar. Beleza que cala. Olho pra eles assim: meu ser em reverência. Vontade de achar palavra que caiba tanto sentimento. Encontro não. E amo. Desse jeito meu assim intenso que só de pensar, lágrimas escorrem. Qual menina apaixonada que se derrete pelos cantos. Sorriso bobo na face. Quem vê logo pergunta: - Bobou?

- Ahã! Bobei! É gente gostosa demais. Abraço pra toda vida. Daquele que aperta, aperta, aperta e não quer soltar. Assusta não. Eu solto.

E tem um encanto de moço...que me dá alegria pra uma vida inteira. Serelepe que só. Desenha paisagens tão lindas, daquelas que transcedem. Caminha comigo vez ou outra. Caminhada gostosa que só. Daquelas que o sorriso vai marcando o ritmo dos passos. Passinho curto. Quer chegar é nunca. Conversa de sustância. Alimenta alma. Dá vida. Gentileza é tanta. Mas meu carinho é maior. Ternura que dilata a alma. É que te encontrei, nem lembro como. Ás vezes a gente cava -cava -cava para se esconder e encontra tesouro. Flor que só desperta uma vez no ano. Cometa que rasga o céu numa noite escura, e antes de tocar o chão realiza o desejo. Aquela rapidez que embriaga a alma feito o bater de asas do beija-flor. Entende?

Nas tuas mãos tudo fica tão bonito. Poesia, canção, arte e magia. Esse moço coloca a alma nas coisas. Tamanha beleza. Humaniza tudo. Tem o olhinho apertado. Coisa de quem esforça a vista para enxergar mais longe. Tem firmeza e determinação nos passos, e uma mochila carregada de sonhos. Quase sempre fica assim: bochechas cor-de-rosa. Só uma coisa faz ele dançar. Mas não conto. Tem música na voz e poesia nas palavras. De uma fofura que nem sei. Só sinto. É que tenho a alma repleta de vida desde que esse moço soprou em meus ouvidos uma nova canção. E penso nele com tanto carinho, que derreto. Tudo isso pra te dizer, moço, que você me deixa ser assim desse meu jeito de ser, e é companhia sem igual. Paz e plenitude que se encontra quando se sobe a montanha. Mágica.

Queria saber dizer. Mas só sei sentir. E isso me conforta. Porque ainda ontem tu me disse: quando se explica se esvazia o sentimento. E sei que tudo tudo cabe aqui: - Ah, moço. você você você.


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Cecília Braga

quarta-feira, janeiro 10, 2007

TAO

Bem capaz. É que estou em Feira de Santana e todo dia é dia de besta. Ahã! ô, se é!
Um vai e vem, com tantos destinos. E nenhum que eu queira. Vai longe, não. E eu queria ir ali. Ali, onde se estica o beiço todinho pra dizer: Aliiiiiiiiiii. De uma lonjura só. Quem caminha por aí, no sertão sabe. Emenda léguacomlégua. E não chega. Hoje eu só queria não chegar. Andar, andar e andar, com um destino inalcansável. Só assim. Andar por andar. Preciso é sincronizar os pensamentos com os passos. Imagina moço, como é preciso andar para se obter isso....
Ansiedade quando toma conta, quer logo um de-comer. Se der, já era. Fome que não passa nunca. Coisa que pode crescer, só se alimenta se souber a índole. Ansiedade quando cresce, não é boa não. Tem que fazer com ela igual Bonsai, amarrando e cortando a raiz. Aí não cresce. Requer paciência e trabalho. Ando precisando dos dois. Por enquanto, vou ficar encolhida aqui, esperando esse turbilhão de emoções passar. Ficar assim: reduzida à minha falta, só é bom porque recupero a vontade pelo todo.
Quer caminhar moço?
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Cecília Braga

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Transcendência


Coração às vezes parece sepulcro. Tudo abafado ali. E eu aqui pensando em Lázaro... morto, há dias. E Jesus mandou tirar a Pedra. Fedia.

: -Lázaro, vem para fora! E Lázaro veio. Envolto em faixas. Ressucitado...

Pensando no tempo das coisas. Neste ser de travessia que é o homem. E que preciso renascer. Não tenho a pergunta de Nicodemos nos lábios: como é possível nascer de novo? Precisaria o homem retornar ao útero de sua mãe? Nunca tive. E tenho coragem de rolar a pedra. Sentimentos todos às avessas. Abafados. Faz bem não. Antes da Páscoa, monte das oliveiras. Antes dos milagres, Deserto. Ser de travessia bem sabe: morte e ressureição é sempre. Desapego é todo dia.

Mas há tantos discípulos de Jesus, que o são assim sem saber, e isto é o que mais me alegra. Linguagem do amor que transborda em gestos e palavras que expulsam demônios, curam os enfermos, libertam os cativos e chamam de volta a vida o que estava morto. Gente que é pedacinho de céu, que dá vontade de ficar pertinho até para todo sempre. Que sabe olhar para cada um, como cada um carece de ser olhado. E sem professar credo nenhum. Tem fé que gera vida. Gosto de caminhar assim: me encantando dia-a-dia com os pequenos milagres. Neles, minhas Transcendências. Coração vira é jardim do éden. E vou fazendo minhas escolhas. Liberdade de quem é sujeito de sua história. Às vezes é preciso descer aos infernos, outras tantas, viver as tardanças daquilo que se espera, purgar. E muitas vezes, me perder e me reencontrar.

Tenho tanto o que aprender. É gente demais com atitude de fariseu, mil vezes rasga as vestes, porque tudo lhe causa escândalo. Falsidade é tanta, mas não tem disfarce. Trai os olhos e a boca. Tem jeito não.Transbordam sempre do que é cheio o coração. Não adianta se banhar com um carro-pipa de água-benta. Nem comungar duas vezes ao dia. Se a minha experiência do sagrado, seja ela qual for, não me fizer ser mais humano...É que não é experiência, é pseudotranscendência, ilusão, manipulação e idolatria. Se não sei ser para o outro, no amor... é melhor ouvir o profeta Jeremias: Rasguem os vossos corações e não vossas vestes. Chega de encenação. E de superficialidade. Não tenho dúvidas: Há mais sacralidade fora dos templos. No dia-a-dia de gente que é simples de coração. Só quem é assim sabe tornar místico qualquer encontro. E com gente assim é que quero aprender.


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Cecília Braga

sábado, janeiro 06, 2007

Ressonância


A Terra vibra em outra frequência. E isso faz toda diferença... O bater das asas de uma borboleta pode sim causar um tufão do outro lado do planeta. A Organização Mundial de Saúde anda preocupada com os crescentes diagnósticos de depressão e ansiedade. E os Ecologistas com a Biosfera. É que acredito na Teoria dos Sistemas vivos, e na ligação entre todas as coisas. Idéias soltas? Tisc, Tisc!

Em 1952, Schumann, físico Alemão constatou que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso, situado entre o solo e a parte inferior da Ionosfera (cerca de 100Km acima de nós). Esse campo possui uma ressonância, vibra numa frequência mais ou menos constante de 7,83 pulsações por segundo. Ele é responsável por manter o equilíbrio e as condições de vida na Biosfera. Também que o nosso cérebro e todos vertebrados vibram na mesma frequência - 7,83 hertz. Isso é o que torna possível a troca de energia entre todo o sistema vivo.

Fora dessa frequência não podemos ser saúdaveis...

A partir dos anos 80 e principalmente dos anos 90, essa frequência passou de 7,83 para 11 e logo depois, para 13 hertz por segundo. A Terra está em constante taquicardia. E a nossa percepção de que tudo passa muito rápido, não é ilusória. Diante de uma situação de alerta nosso coração dispara. Estamos em alerta, a Terra e Nós. São tantos os estímulos que constantemente nossa reação de Fuga e defesa é ativada. Um rebuliço e uma agitação fora e dentro de nós. Neurotransmissores loucos, desequilíbrio em nosso orgânismo que vibrando ainda em 7,83 hertz não consegue restabelecer o equilibrio com a Terra, hipertensa. O mundo é tóxico e as nossas relações doentias. A jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. São frutos mortos o da nossa civilização. Grandes promessas de que o desenvolvimento traria qualidade de vida. Realmente trouxe, quem sabe para 15% da população mundial. Às custas da vida dos 85% restantes (estimativas minhas). E do comprometimento de todo planeta. E o pior é que acreditamos nas falsas grandes necessidades que dizem que temos. Quanto mais possuimos, mais queremos ter. Consumismo, insatisfação, banalidades. Tantas. E injustiças. De todo tipo. Porque tem alguém lucrando com o tráfico, com a fome, com a seca, com a aids, enfim...com todas as mazelas e misérias produzidas e sustentadas como tal, que continua tudo ainda assim e cada vez pior. Não entendo quando uma capa de Playboy ganha R$ 500.000,00. E um trabalhador, pai de família, que ralou o mês todo e só Deus sabe o quanto para receber R$ 380,00. E nós alimentamos isso. E são tantas interrogações. E uma sensação imensa de pertencer. Atuar. Sendo menos egoísta. Sendo mais justa. Menos omissa. O que eu tenho feito para um mundo melhor?

Cansada de relações doentias, mentes vazias, pessoas arrogantes e irresponsáveis com sentimentos dos outros e o futuro do planeta. Quero é caminhar lado a lado com vibra em outra frequência....

Acredito que no princípio havia o verbo e que a palavra transforma. E que seja lá que dom temos nas mãos...é para servir. É Tempo de plantar...


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Cecília Braga

quinta-feira, janeiro 04, 2007

L'equilibrista


Regando as flores. Limpando o jardim. Plantando lírios.

Lidar assim com o que é vivo e brota sempre verde e floresce. E Perece. Pede cuidados.

Coisa plástica e sem vida, carece de cuidar não. Tem que deixar é poeira tomar conta e mostrar a feiúra encoberta pelo verniz. Esse brilho-fosco. Falso. Quem vive a semear sabe, tem lugar que não nasce nada não. Endurecido e pedregoso, secou tanto por dentro que fora é concreto. Coisa da modernidade mesmo, entre asfalto e edifícios, tudo é cinza...mesmo com listras brancas-amarelas e cores diversas na fachada. Esconde não. É cinza. E sempre sempre descasca. E tanta concretude faz as pessoas perderem é a realidade. O que se pode pegar quase sempre não é. Antes fosse! Tanta parede separando tudo. E tanto condicionamento: quando não tem parede...Como pode não ter parede?!Logo alguém se empenha em construir. Na maioria das vezes não pede matéria que solidifica tudo não. É que a vontade de separar é tanta que materializa-se. E ninguém pode negar isso. O muro de Berlim caiu e continua lá. Complexo é. Ô, se é. E não basta semear não. Precisa é aprender ofício de Equilibrista. Tanto arranha-céu e tanta gente felina que arranha quando gente-semelhante encosta. Bom é ligar um ponto a outro. Fio dourado de raio de sol. As pernas é que vão bambas. A corda que é sensível a energia..também balança. Vontade só não basta. Precisa é concentração: deixar o medo falar e nem ouvir. Esse azul...o mundo é tão diferente para quem olha do alto. Dimensão é outra. Quem vai pensa ter asas. Fé é tanta que voa. Gostoso é saber que tem gente que vive também assim: carregando o universo inteirinho dentro do peito. Tem calor no abraço que dilata a alma. E quando olha nos olhos reluz estrelas. Só acredito em encontros físico-quânticos: gente assim; cada uma com um universo inteiro no peito, vibrando, girando, no espaço... no imprevisto se tocam. Esse encontro: Big Bang. Fênomeno raro. Ô, Se é. Mas que acontece! É que é preciso medir tudo em anos-luz. Isso exige mudanças. E olhar de amor capaz de compreender coisas que acontecem no céu. Porque naquele espaço que parece vazio nas noites escuras, entre uma estrela e outra, está repleto de galáxias.

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Cecília Braga