terça-feira, março 15, 2011
quinta-feira, março 03, 2011
Mastiga as bordas da manhã, rói os enlevos do dia e sorri. Borda em cada novo dia feição tão antiga. É quase-sempre 73. Estranhamente morno e amarelado. E ela gira. Saia feita a mão, dorso nu, enquanto cantarola baixinho: all things must pass. Só, adormece nas entranhas da tarde e sente frio nos dias quentes. Chora compassado, como se o sentimento encontrasse um ritmo no meio da noite. Reza enquanto rabisca uma parede. Depois vai xingando calmo, pontilhado, enquanto costura serpentinas. É quase Carnaval. E, nela, toda fantasia se desmancha quando chove.
Cecília Braga