Essas horas andam carregadas de vazias esperas...que pesam tanto. Vejo daqui, ao pé da porta, se arrastarem lentas. Só aqui dentro é que tudo insiste em ficar. Eu que sonhei com campos de algodão. Acordo entre mofos. E tenho medo. Casa abandonada, lençóis brancos en-cobrindo o que ficou ... para proteger? para postergar?
O tempo marcado em minha pele morta...é só essa poeira pela casa repleta de tantas falsas impressões. Não há saudade aqui.
Só muitos, eu pensei que. E senti tanto.
Vejo as horas dobrarem a esquina, partindo o dia ao meio. Sem dizer adeus. Arrastando o tempo em chão de cascalho. É tarde. E sangra.
Meus olhos feito ampulheta...escorrem. Choram os segundos desperdiçados. Não os que vivi. Mas estes agora, em que não consigo ir. Tempo começa a go-te-jar lá fora. E decidi abrir as janelas e portas. Não quero ficar seca, jamais.
O céu me olha azul...eu girando em grama verde. Sol enlaçando de-va-gar espessas nuvens . Enrubrecendo-as num abraço. Coisa de quem quer segurar o coração dentro do peito...E tamanho esforço esquenta e avermelha a face...e os olhos transpiram. O dia finda assim, nesse abraço que acende estrelas. É noite clara, repleta de lucidez.
Amanheci pintando de amar-elo essas paredes. Estradinha de chão, pés descalços. Cerca verde e viva. Redes na varanda. Desabrocham em vermelho, rosas. Girassóis. Pé de amora. Cheiro de vida, hortelã, manjericão e canela. Vista para o mar. Fica em campos de algodão. E eu estou indo te buscar, meninamarela. Porque ainda ontem escutei e hoje se faz eco: "solidão é campo vasto que não se deve atravessar sozinho". Hoje eu só quero caminhar contigo.
O tempo marcado em minha pele morta...é só essa poeira pela casa repleta de tantas falsas impressões. Não há saudade aqui.
Só muitos, eu pensei que. E senti tanto.
Vejo as horas dobrarem a esquina, partindo o dia ao meio. Sem dizer adeus. Arrastando o tempo em chão de cascalho. É tarde. E sangra.
Meus olhos feito ampulheta...escorrem. Choram os segundos desperdiçados. Não os que vivi. Mas estes agora, em que não consigo ir. Tempo começa a go-te-jar lá fora. E decidi abrir as janelas e portas. Não quero ficar seca, jamais.
O céu me olha azul...eu girando em grama verde. Sol enlaçando de-va-gar espessas nuvens . Enrubrecendo-as num abraço. Coisa de quem quer segurar o coração dentro do peito...E tamanho esforço esquenta e avermelha a face...e os olhos transpiram. O dia finda assim, nesse abraço que acende estrelas. É noite clara, repleta de lucidez.
Amanheci pintando de amar-elo essas paredes. Estradinha de chão, pés descalços. Cerca verde e viva. Redes na varanda. Desabrocham em vermelho, rosas. Girassóis. Pé de amora. Cheiro de vida, hortelã, manjericão e canela. Vista para o mar. Fica em campos de algodão. E eu estou indo te buscar, meninamarela. Porque ainda ontem escutei e hoje se faz eco: "solidão é campo vasto que não se deve atravessar sozinho". Hoje eu só quero caminhar contigo.
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Cecília Braga
14 comentários:
a coisa mais linda, moça.
e eu nem sei.
segura a minha mão de verdade?
com medo, eu.
Segurando, moça.
Solto não.
Gosto da forma como te exprimes!
As palavras saiem fluídas e de uma forma encantadora!
Voltarei para te ler com a atenção que mereces!
Beijinhos...
Jorge
Singelo... e LINDO!!
Suave como o ventinho que a gente sente quando a borboleta de que tanto gosto passa por mim. Você hoje é borboleta. E sinto aqui a brisa das suas asas.
Belo. Como você.
Beijos carinhosos.
Sabes o poder das palavras, Cecília?
Claro que sim, né?!
Por isso venho aqui... para ouvir-te em minhas palavras enquanto leio-te... Assim, parecem que sairam da minha boca e se fizeram minhas amigas...
... o tempo...
... as cores...
... as mudanças...
... os lugares...
e a solidão.
Beijinhos
bem queria ser vento pra tuas asas.
Tu é. Vento solar. Meninamarela.
Deixe-me sentir esta brisa tbm...
bjsssss
boniteza deitada em um frasco de essência.
Deixo-te um beijinho e votos de uma boa semana! :)
olha, que tanta gente brincando com meu presente!
hauahuaauhauahu!
Essa meninamarela!
=******
Nossa....
(O céu me olha azul...eu girando em grama verde. Sol enlaçando de-va-gar espessas nuvens . Enrubrecendo-as num abraço. Coisa de quem quer segurar o coração dentro do peito...E tamanho esforço esquenta e avermelha a face...e os olhos transpiram. O dia finda assim, nesse abraço que acende estrelas. É noite clara, repleta de lucidez.
Amanheci pintando de amar-elo essas paredes. Estradinha de chão, pés descalços. Cerca verde e viva. Redes na varanda. Desabrocham em vermelho, rosas. Girassóis. Pé de amora. Cheiro de vida, hortelã, manjericão e canela. Vista para o mar. Fica em campos de algodão. E eu estou indo te buscar, meninamarela. Porque ainda ontem escutei e hoje se faz eco: "solidão é campo vasto que não se deve atravessar sozinho". Hoje eu só quero caminhar contigo.)
Um dos textos mais bonitos que já li na minha vida inteirinha... Vou roubar, vou citar, vou fazê-lo meu... Por que poesia de verdade é assim.... é como se saísse de dentro da gente.
Obrigada, linda.
E um beijo grande.
uy
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