Ela suspirou.
Queria que a palavra presa no peito deslizasse no papel,
feito sua mão na dele...
Porque seu corpo não conseguia tocar sozinho no êxtase.
E por mais que as vontades todas , premeditadamente, se ericem nas mãos, ela sabia.
Todo extremo abriga a possibilidade de escape e de entrega.
Foi com assombro e júbilo que sua mão encontrou a dele,
E fechou os olhos enquanto entrelaçavam-se os dedos, tecendo uma prece.
Depois abriu. Como quem resiste.
Mas ele foi lhe despindo as palavras até que ela atingisse sua in-civilização.
Agora ela só encontra abrigo no que lhe desestrutura.
Deixa então as mãos dele passear no seu corpo,
Remetendo-lhe ao principio de todas as coisas,
Era como se o universo se originasse ali, naquele encontro.
Assim se fez, pois.
Ela lhe arranhava coloridos neóns,
De tanta poeira intergaláctica abrigada nas suas unhas.
Só para depois enluvar as mãos de nuvens, percorrer as marcas,
E ter um céu todo seu, co-lo-ri-do.
Quando ela disse: - Deix'eu te aprender?
Já era dona de infinitas certezas, ele universo inteiro em expansão.
Mas ela só queria mesmo era ser única moça a habitar naquela estrela feita de grafite azul no lado esquerdo do peito dele.
Disse tudo assim, desexplicado e dumavez. Pois o que ela gostava era de ver a confusão acentuando a intensidade do olhar dele, nela. A tal ponto que sem dizer, consiga lhe interrogar:
- Estrela ?
Sim, sim. Ela tinha essa ansiedade infantil e tudo que queria era contar logo. E contou:
- A estrela que tá guardada aqui ó, nessa aquarela... que vou te desenhar aí, no peito.
É que pensei que podíamos começar pintando nossas paredes...
Só para colorinhecer tudo que nos sustenta e protege.
Tu deixa?
~
Cecília Braga
Queria que a palavra presa no peito deslizasse no papel,
feito sua mão na dele...
Porque seu corpo não conseguia tocar sozinho no êxtase.
E por mais que as vontades todas , premeditadamente, se ericem nas mãos, ela sabia.
Todo extremo abriga a possibilidade de escape e de entrega.
Foi com assombro e júbilo que sua mão encontrou a dele,
E fechou os olhos enquanto entrelaçavam-se os dedos, tecendo uma prece.
Depois abriu. Como quem resiste.
Mas ele foi lhe despindo as palavras até que ela atingisse sua in-civilização.
Agora ela só encontra abrigo no que lhe desestrutura.
Deixa então as mãos dele passear no seu corpo,
Remetendo-lhe ao principio de todas as coisas,
Era como se o universo se originasse ali, naquele encontro.
Assim se fez, pois.
Ela lhe arranhava coloridos neóns,
De tanta poeira intergaláctica abrigada nas suas unhas.
Só para depois enluvar as mãos de nuvens, percorrer as marcas,
E ter um céu todo seu, co-lo-ri-do.
Quando ela disse: - Deix'eu te aprender?
Já era dona de infinitas certezas, ele universo inteiro em expansão.
Mas ela só queria mesmo era ser única moça a habitar naquela estrela feita de grafite azul no lado esquerdo do peito dele.
Disse tudo assim, desexplicado e dumavez. Pois o que ela gostava era de ver a confusão acentuando a intensidade do olhar dele, nela. A tal ponto que sem dizer, consiga lhe interrogar:
- Estrela ?
Sim, sim. Ela tinha essa ansiedade infantil e tudo que queria era contar logo. E contou:
- A estrela que tá guardada aqui ó, nessa aquarela... que vou te desenhar aí, no peito.
É que pensei que podíamos começar pintando nossas paredes...
Só para colorinhecer tudo que nos sustenta e protege.
Tu deixa?
~
Cecília Braga
12 comentários:
Sentimentos novos rabiscados lindamente.
E um convite à vida assim não pode ser recusado.
Beijos enormes.
Um dos seus textos mais carnais. Gostei bastante dele. Da forma e tudo. Sempre bom, agora especialmente.
=D
"Todo extremo abriga a possibilidade de escape e de entrega."
Gostei muito desta frase.
Tive problemas com o meu e-mail... Não consigo abrir e-mail, orkut ou blog. Então, fiz outro e-mail e outro blog. Mais uma vez, mudo de endereço: www.borboletajuliana.blogspot.com
Muda no seu depois...
Beijos.
Tem certeza que você não possui dentro de si todo o sentimento do mundo?...
... pelo menos o um dos meus está aí... em palavras...
Beijos daqui...
Belíssimo! Inspiring.
Deixo! Opa! Deixo sim! rsrs
A verdade é que sempre venho pra te ler e tenho vaga sensação dum vento, começo ler mais lento, com um tanto de sensualidade e outro pouco de cadência,,, que não debelo...
Foi acima um "confessas",,, rs
Bjs e novas invenções!
ela dona de infinitas certezas, ele universo inteiro em expansão
eu adorei tanto tanto isso.
beijo pra você.
Sem mais... O que eu ia dizer foi dito acima pela TATIT tá lindo!!!
bjus
"É que pensei que podíamos começar pintando nossas paredes...
Só para colorinhecer tudo que nos sustenta e protege."
toda a vida mais colorida depois de te ler. e vontade imensa de pôr em prática seu convite.
adorei como sempre amiga. : **
E voltei mesmo,,, mas continuei um bocado faminto... a blogsfera te espera! (rs)
Bjs e breves invenções!
agora que vi que ali do lado tem o link pra Bêbada ainda. :) deu até saudade agora...
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