terça-feira, julho 31, 2007

Plim, Plim.

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Mia Geodésica me indicou ao prêmio Blog Cinco Estrelas.
\o/
Agradecida ao Rafa pelo gesto sincero.

E tô um tanto avexada que é preciso indicar 5 casas, e gosto de tantas gentes.

Regrinhas todas lá, no Nada Pra Mim

Escolho estes aqui ó:

Garatuja (Casa dela que é Girassol pra mim).

Câmera Crônica (Do moço das palavras mais bonitas).

Corra, Gu, Corra (Um chucrute de moço que sou fã - Nem sei se pode ser fotolog. Tento).

Serendipities (Que alma dela dança linda lá, precisa de vê).

Doida de Marluquices (Casa de Airumã).

Gentes que leio faz tempo.

E é difícil isso viu, deixar pessoas de fora.
Todos que partilham comigo do meu espaço são constelações.

beijos na alma.

segunda-feira, julho 23, 2007

Timing


Cafuneava a cabeleira do tempo, meninando as horas.
Toda leveza d'alma enluvada no toque percorria a lisura dos ontens,
escorregando pelos fios dos dias, até abismar lembranças.
O tempo entregue em seu colo lhe adormecia.
Com a outra mão escorava a fronte fatigada,
feito mão de Deus misericordiando idéias,
tudo dentro espreitava em ordem de batalha.
Em mim, campo de guerra... minado.
Fora, o tempo faz ninho em meu colo e canta futuros.
E eu me passarinho.
Principio sonhosas viagens.
Remendo um retalho de sonho no outro, acobertando a pele de esperança.
Quem sabe assim no desvão de mim costuro-me inteira?
O tempo sabedoroso e artimanhoso, que é 'velho e menino', sorri.
Um corpo só se pretende inteiro em amorosos braços...
Pensamento então danou a desbravar caminhos que tinham sina de rio.
Queria desaguar nos teus braços.
E lá encontrar porto.
Meu olhar pousa nos olhos vazios deste dia, sem pestanejar palavra.
Sacralidade de quem diante de sublimosas coisas, infinita-se.
Essa despresença minha é toda tua.
Minha palavra, em minhas ardências, incenso.
Talvez saiba te dizer o vento que é minha querência degustar do teu sorriso,
até que tua alegria seja meu sustento.
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Cecília Braga

quinta-feira, julho 05, 2007

In


Como era de costume, padecia de dúvidas ansiosas.
Dos questionamentos tantos que povoavam sua mente, carecia desfrizá-los todos.
Desencaracolar as interrogações e deixar a lisura da certeza exclamar os passos.
Que não ousava dar.
Cansou e descansou os quereres, enrolando o corpo, já sem firmes propósitos, como se desesqueletizasse a vida.
Só um suspirar de ausências povoava as tardes, embaçando a noite. Carecia de lacrialmejar estrelas para alcançar visão.
Por hora, fechava os olhos para se enxergar por dentro.
A noite transpirava exausta de arrastar demasiadas esperas. O céu chorava calores sublimados.
Na pele da manhã orvalhava serenos. À luz do novo dia, ela soluçava agudos nascimentos.
Recém-nascida de si. Amamentava-se.
De tantos apetites que suscitavam as mudanças, começou a gofar vazios. Minusculou-se.
É, pois, toda ilha vista de verticais lonjuras. Ausentava-se.
Vagou o olhar no horizonte, e já percorria com os dedos sua vasta linha, apagando ilusionosos traçados.
Desconhecedora de princípios. E fins. Nela, e para ela, uma coisa gesta a outra. Infinitamente.
Havia graça na maré debochosa, arremeçando na praia antigas-idades e sonhos.
Tudo está insuficientemente enterrado, não importavam tempos e profundidades.
Sofria de paz quando olhava em seus próprios olhos.
Em tudo, ponte para o agora.
Antes e depois, descabia.
É, no agora, uma porção de perguntas cercada de um mar de silêncios. Ilhava-se.
Quis ser inteira em tudo. No mar, diluía-se.
Pôde enfim, ser silêncio de búzios. Sua voz diz de proximidades.
E o mar, tomando-a em si, suscitava reflexões azuis.
Mas seu corpo acariciado de ventos, quis se misturar à areia. Ampulhetava-se.
Só o toque guardado nas mãos dele, faria o tempo parar e disparar e-ternidades.
No gesto que ele ainda não ousou, cabia todas as respostas. E inimaginava como, por ser gesto tão pequeno.
Aceitava os mistérios. Não era mais a criança agostiniana. Não queria fazer o mar caber num buraquinho de areia, carregando-o em balde.
Ela se misturava à areia, queria se igualar à terra, só os solos poderiam guardar a distância dos passos...
Que ela já não sabia se ele desejaria dar.

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Cecília Braga