domingo, dezembro 31, 2006

A Lista


A Lista ... gente, carece de se ouvir, e já.

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via a dez atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados para sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acreditam que amam você

Oswaldo Montenegro
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Porque é preciso ter os gestos que reconstroem vidas.
E ser semente que germina para multiplicar.
Eternizar os instantes.
Perceber a beleza escondida, os pequenos milagres, as pequenas felicidades certas. Reconhecer o singular
Este ano espera para se fazer novo,
Há que se abraçar os sonhos, os valores, os ideais.
E ir a luta...sacro-ofício de cada dia, concretizar os sonhos, fazer o amor florecer nos gestos, viver o que se grita.
Porque há muito barulho.Muitas luzes.Muita embriaguês.E muitas oferendas.
Mas o livro da vida tem as páginas em branco e é ele que espera ...
Há muito o que celebrar!
E há tanto por fazer...
2007 nos espera...
bora!


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Cecília Braga

sábado, dezembro 30, 2006

Use filtro solar

Apois.


Eu queria falar de insônias. De saudade desesperada: aquela que, chega gritando no meio da noite e te leva o sono e o sossego, num susto. E lá está você, com a cara pálida, a boca seca, o coração assustado dentro do peito: palpi-ta.palpi-ta.palpi-ta. Taquicardia. Alerta, depois da invasão. Tudo chega marchando. No imperativo.

Tenho o sono rasgado por esses rompantes, mas não quero ter a cara marcada pelo que dilacera a minha alma. E você sabe, seu moço, que não se pode andar assim tão exposto...

O que se é, quando exposto assim feito Jesus na Eucaristia ou no Ostensório, carece de tanta misericórdia dos homens como apetece ter nesta hora Jesus de nós. Ter o sagrado diante dos olhos é dançar como Daniel dentro da fornalha ardente, flutuando e cantando entre as labaredas de fogo. É preciso confundir e atordoar uns tantos: aqueles de espécie tão comum e beleza escassa que vivem de sugar, com canudo e com gosto, a vida ainda quente, líquida, vermelho-sangue.

E se o fogo só o é quando queima, se não o faz é por amor e renúncia. E nega-se a si mesmo. Ah, quem ama quer se dá por inteiro: o que se é e o que seria se assim não fosse. Tese, anti-tese e síntese. Quando o fogo toma tudo num abraço é para reduzir tudo às cinzas, e quando não o faz é por pura misericórdia! Essa noite, as entre-linhas tecem uma prece. Vês?!

Tudo queima...dentro e fora. E se não pereço, seu moço, é por pura misericórdia.

Mas o que eu queria falar mesmo é que sempre andei exposta... e quero aprender a colocar tudo em seu devido lugar: a alma dentro do corpo, sabe?! Chega desse jeito exagerado de ser...eu quero caber toda dentro de mim. Ai, Deus meu. Eu tenho tentado. Mas fica sempre uma perna, um braço, uma metade minha do lado de fora...E se você me encontrar, em qualquer esquina dessa vida, assim...Encontro.

É que não sou pequena. Nem grande. Mas minha alma não é tamanho médio. E não cabe! Não adianta, nem elevando a minha alma a -100.000.000.000 não vai caber aqui!

Rá! E quando foi que me tornei reducionista?!Quero é que ela se expanda, vou elevá-la ao infinito é lá que ela tem que caber...certinha...até a beira. Mas, infinito não tem beira não!Estou pelejando aqui...mas sempre tem uma borda emoldurando o quadro: essa imagem da minha alma cabendo toda no infinito. Essa dificuldade nossa de cada dia de ver além de onde a vista alcança...

É atrás da linha do horizonte que sol se esconde. Lá nasce. Às vezes esqueço que ele continua ali...só que dentro da boca da noite. E quando ela sorrir vai raiar o dia. Graças a Deus!


Há que se abrir um parênteses, bem aqui, antes que seja tarde: (Há quem pense que avesso é igual a inverso. E que misericórdia é sinônimo de pena. Tisc. Tisc. Não é!).


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Cecília Braga

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Aquário


O meu elemento é o Ar.O Sol transitava em Aquário quando nasci, disso herdei intuição elétrica, insight. Raio que de tempos em tempos rasga o céu...claridade. E não sei caber em esquemas.Gosto de revirar tudo pelo avesso, gosto do incomum e do improviso.Liberdade para ser, estar, pensar, fazer, sentir e expandir-se. Tenho paixão pelo movimento, pela mudança, pelo que se renova. Dança do universo, girar no ar, liberdade que gera afinidade com o fraterno, com o espiritual.


E gosto de símbolos...esse aguadeiro, esse anjo que derrama fluídos sobre o universo...essa representação aquariana de generosidade, dos idéais e das verdades derramadas sobre os homens como repotencializador e aproximação com o divino. Expressão das portas abertas. Clariciana que sou: "eu te recebo de pés descalços: esta é minha humildade e essa nudez de pés é minha ousadia".


O Sol é Apolo, Deus da Luz e dos Oráculos, que tudo vê e tudo mostra. Só sei me relacionar assim, onde há sol...tudo sempre esclarecido. Em Apolo, Katharsios - purificação, e Akesius-cura.


Meu planeta é Urano, e ele rege a casa IX do meu mapa astral, a casa do refino, da filosofia e da religião. Na mitologia Urano é o próprio céu. E é ele que desponta meu lado idealista, fraternal e criativo.Quando ele me rege sou sinalizador, ponto luminoso no ceú, estrela que orienta caminhos.Mas, quando dele me esquivo perco rumo, não acho mais nem sequer sentido.


Vivo a romper fronteiras, é que na casa IX também habita Júpiter e todo seu poder, autoridade, sabedoria e razão. Onde está Júpiter está o ponto de expansão da minha alma. Na mitologia é o pai dos deuses e dos homens. Aquele que, depois de longas batalhas, estabeleceu e manteve a harmonia das coisas. Quando me harmoniza sei ser sem me impor e torna-se fácil lembrar que a sabedoria transcende os conceitos e os preconceitos.


Vem de Peixes ascendentemente minha sensibilidade do olhar...e sua direção para o que flui. E por isso nada se apresenta simples ao meu ver...porque tudo é múltiplo. E sei colocar a alma em cada pequena coisa porque quero cada coisa encantada. Quero vê-la com poesia. É que, além de ter Peixes ascendendo na linha do horizonte quando eu nasci, tenho a Lua e Netuno na casa X, casa do aperfeiçoamento, da profissão e aprimoramento.


A Lua, modelo das necessidades emocionais mais profundas e da capacidade de reflexão. Aquilo que se gesta, na escuridão, que se esconde...para aparecer no tempo certo: novo, cheio, crescente ou minguante. Aquilo que se sonha. E que espera o tempo certo de nascer... E se esqueço de olhar para ela quando chega a noite na minha alma, ansiedade toma conta de mim e a inconstância me embala. Mas se olho pra ela...teimo a sonhar e me encanto. E remexida assim como as marés, vou buscar o que desejo. Porque também Netuno me dá essa fé que remove montanhas. Quero o êxtase. Rege Netuno o meu ascendente: peixes. Deus dos Mares. Vive em região submarina Aigai, onde nada o pertuba e de lá sabe tudo que acontece na superfície... É essa intuição que me guia, me inquieta. E daí emana minha calma...interior. Confio na força maior que mantém tudo. E sei sacralizar encontros. É com Santa Tereza de Ávila que me lanço e também com ela lhes convido " a se arriscarem sobre o oceano do nada para atingir o continente do tudo. Sopro amoroso do divino nas velas". Quando me afasto daquilo que liga o meu nada ao tudo: mar revolto...confusão, ilusão e vazio que nada preenche.


Esse inferno é também presença de Plutão na casa VIII, lugar de transformação, perdas e heranças: meu casulo. Aqui minha alma encontra a oportunidade de morrer para o que é inferior. Descer ao meu inferno, enfrentar meus medos, exorcizar meus demônios e curar minhas feridas. Quero deixar de ser estranha a mim mesma. E confesso que tem sido muito interessante me conhecer. Plutão também hospeda Marte e Saturno. De Marte eclode a energia que coloco em tudo e a força para voltar a superfície da terra...transformada. Se abrir mão de Marte, deixá-lo de lado: vem à tona o pior de mim e a energia se dissipa e não consigo realizar nem as menores coisas. Sou toda um planeta vermelho, sem vida. É Saturno, como figura mitologica do próprio tempo que tudo consome .... que me limita. E me dando aquilo que não quero ter: limites; Me dá o alicerce sem que qual nada se constrói. É que também necessito ser prática. E racional.


Mercúrio na casa XII, casa de doação, sacro-ofício e caridade. Ele quem me une à palavra, à compreensão. Deus da comunicação e da eloquência, mensageiro de Zeus para os mortais. Mas, é preciso cuidado. Um desvio e...superficialidade, mentira, engano. Quero da palavra o que une e integra. E aquariana com ascendente em peixes não sobrevive na superfície. Quero o que há de profundo, abissal. É de mercúrio meu senso de humor, minhas brincadeiras e minha alegria.

Vênus, amorosamente transborda na casa XI, casa da liberdade, dos amigos e das potencialidades. Sensibilidade mora aqui. O Sentido do belo e do Afeto compartilham a mesma cama. Vênus que me ensina a arte do amor, a pintar com delicadeza e suavidade, com beleza. Essa casa tem como quintal o infinito... e é aqui que sempre venho brincar.

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Cecília Braga

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Ilhas de Nanja


A geografia dos teus braços... imagino assim:
Igualzinha aos braços do mar... Estando, viagem.
Basta me espichar até os extremos do teu corpo e percorrer o mundo.
Na tua altura meu limite, nos teus braços minha liberdade.
É que sonho, moço!
E quem viveu sempre à beira, nas impossibilidades...por um quase e por um instante, sabe esperar maré cheia ir além do quebra-mar. E Temperar os passos.
Abre teus braços porque só sei chegar assim, como quem se lança.
E sei ser toda no abraço. E há tanto amor aqui. Mal cabe nos 1,67 m meus de tão exagerado. Esse moço que se demora em chegar! Há de ter nos olhos a saudade de quem também viveu a me esperar e a pupila dilatada assim em di-amante, brilho de quem tem nas mãos a preciosidade do mundo. E me abraçar com ternura e com vontade, e se fazer abrigo e me fazer vibrar. E que nossas almas saibam dançar... e no olhar nos compreender. E nos dias de chuva, a palavra sincera de amor faça-se gesto e o sol volte a brilhar. Suas mãos na minha, segurança no passo. Amor assim que faz desabrochar. Amor pra toda vida.
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Cecília Braga

domingo, dezembro 24, 2006

Um Natal sem Papai Noel


Estou preparando a minha árvore de Natal. Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra. Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros. Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram.Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa. Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Polo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros. Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam. Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas. O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos. Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio.É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na mangedoura... Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os caboelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz. Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele ela pode descansar um pouquinho ao lado de José. Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte. Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida. Faça o mesmo. Descubra a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fecha a sua chaminé. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente. Na noite de Natal fuja dos tumultos e dos barulhos. Descubra a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhe garanto! Não tenha a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente. O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ouse dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito...E não se surpreenda, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível.

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Fábio de Melo

sábado, dezembro 23, 2006

Free Hug


Ato de abraçar reduz estresse e pode prolongar a vida
Por Claudia Ferraz


São Paulo (AE) - A sensação na pele quando somos abraçados passa emoção e aconchego para todo o corpo. Primeiro, o toque sensibiliza todas as células e provoca um arrepio. Depois, quando os braços da outra pessoa nos envolvem, com um pequeno aperto, o sentimento se multiplica e transmite alívio para a cabeça e para o coração.

Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, publicado no "Psychosomatic Medicine", mostrou que o contato físico, como um abraço, pode aumentar a longevidade. As descobertas sugerem que uma relação forte e duradoura pode proteger contra futuras doenças cardiovasculares, além de fazer bem para a saúde em geral.

O motivo é que ficar em contato com um parceiro diminui a pressão sangüínea e o batimento cardíaco. Uma das pesquisadoras, a psiquiatra Karen Grewen, comprovou que os níveis de cortisol e de norepinefrina, hormônios do estresse, foram reduzidos após um abraço. Além disso, o nível de oxitocina, um importante hormônio ligado à fidelidade, aumentou.

Na pesquisa, 28 casais, de 20 a 49 anos, que se relacionavam havia pelo menos um ano, conversaram sobre os momentos felizes. Depois, assistiram a um filme romântico e, alguns minutos mais tarde, se abraçaram.

Segundo o psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Eduardo Ferreira Santos, o aumento de oxitocina depois de um abraço chama a atenção. Ele conta que trabalhos recentes mostraram, em animais, que o hormônio é responsável pela manutenção estável de um casal. "A injeção de oxitocina em ratos mostrou que eles ficaram por mais tempo juntos à prole, depois do nascimento dos filhotes. Em geral, os machos abandonam a família."

Santos explica, contudo, que não se pode afirmar que quem se abraça mais será mais fiel. A ação do hormônio gera, entretanto, um impulso e um desejo de cuidar. Assim, para quem abraça ou para quem é abraçado, a afetividade aumenta e traz bem-estar. Intuitivamente o abraço remete ao período em que se é bebê, acrescenta Santos, e os adultos perderam o costume de abraçar. "Geralmente é um ligeiro tapinha nas costas."

SENTIR-SE AMADO - A psiquiatra Kathleen Keating, que escreveu o livro "A Terapia do Abraço", da Editora Pensamento, diz que a sociedade atual está sofrendo de solidão. "A tecnologia moderna é importante, mas todo ser humano precisa de carinho físico."

Para algumas pessoas, admitir que precisam de carinho é sinal de fraqueza e dependência, especialmente para os homens, aponta Kathleen. "Por outro lado, existe algo poderoso em nossos braços, mãos e dedos que faz alguém se sentir amado e cuidado com um simples abraço", declara.

De acordo com a psiquiatra, 5 milhões de transmissões nervosas são responsáveis pelas diferentes sensações do toque. "No contato, específicas terminações nervosas são ativadas e enviam a mensagem ao longo da espinha dorsal até o cérebro." Kathleen diz que existem muitos estudos sobre os benefícios do contato físico, mas provar que é essencial, poderoso e capaz de curar é como argumentar que respirar faz bem. "Há muita coisa no fenômeno do toque que não pode ser medido."

Disponível em:
http://br.news.yahoo.com/051013/25/ybzp.html
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É que muita coisa precisa mudar...e só depende de nós!Todo gesto de amor sincero pode transformar.Então?!

Um abraço bem gostoso de aquecer o coração e um Feliz Natal!

Amar é... - Formidável Família Musical

Escutem, escutem. Que é bão que só.

Se eu pego uma canção e faço dela a minha vida
Eu tiro o pé do chão e faço disso a minha ida
Pro teu coração um sonhador
Rimar amor só com você
Se eu pego a contramão e vem um ônibus na esquina
Eu tomo a direção e busco logo a minha saída
Do teu coração um sonhador
Pedir perdão um pesadelo pra você
Amar é fácil se quiser
Contar as estrelas que puder
E à noite esquentar o pé
Oh yeah
Pessoas vêm e vão e as coisas mudam de lugar
Quem sabe só o destino venha um dia explicar
Seu coração foi o bordão
Dessa canção, que ilusão!
Pois no final outro refrão
Me fez, enfim, esquecer de você
Amar é fácil se quiser
Contar as estrelas que puder
E à noite esquentar o pé
"she loves you yeah yeah yeah"


(amar é massa, amar é natural, amar é dizer tudo só no olhar, amar é pular e cair de pé, amar é ter travesseiro do "amar é...", amar é cuidar, amar é acordar e ver você dormir, amar é viver a vida, amar é acordar de manhã cedo pra fazer a vitamina de banana, amar é sorrir no bom-dia, amar é sentir saudade mesmo estando juntinho, amar é juntar tudo em dois corações, amar é bala, amar é dar carinho antes de dormir, amar é tratar bem, amar é apertar, amar é acender o fogo da paixão e curtir a brasa do amor, amar é lindo e faz bem, amar é viver feliz, amar é mais musical, amar é uma delícia, amar é tudo, amar é normal.)

Um sábado cheio de Amor para todos nós!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Olhar

"Uma libélula rubra.
Tira-lhe as asa:
Uma pimenta".
Kikaku

Eu sei o quis diz dizer Kundera com "o acaso tem desses sortilégios"...
E eu me sinto completamente feliz como a Cecília Meireles.
É que o acaso é sacro.E sua providência é tão divina que me humaniza.

Esse hái-Kái de Kikaku, discípulo favorito de Bachô, foi corrigido pelo seu mestre, a imagem era muito cruel...ficou assim:
"Uma pimenta.
Colocai-lhe asas:
Uma libélula rubra".

Uma simples modificação de termos?!! Não, não! Uma modificação de perspectiva...
Não. Não são pensamento soltos, nem idéias desconexas...é filosofia do Hái-Kái. É que eu acredito "nas pequenas felicidades certas que estão diante de cada janela", e hoje, na companhia de Cecília Meireles, me sinto assim: completamente feliz...é que para mudar de paradigmas eu gosto de colocar a lupa de Yoko Ono e ver aquele YES no teto, como viu John Lennon...SIM, eu acredito também em pensamentos positivos!


quarta-feira, dezembro 20, 2006

John Lennon - Instant Karma



Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right in the head
You better get yourself together
Pretty soon your gonna be dead

What in the world you thinking of?
Laughing in the face of love
What on Earth you try'na do?
It's up to you
Yeah, you

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right in the face
You better get yourself together darling
Join the human race

How in the world you gonna see?
Laughing at fools like me
Who on Earth d'you think you are?
A superstar?
Well, right you are

And we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well, we all shine on
Everyone, c'mon

Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you off your feet
Better recognise your brothers
Everyone you meet

Why in the world are we here?
Surely not to live in pain and fear
Why on Earth are you there
When you're everywhere
Gonna get your share

Well, we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah, we all shine on
C'mon and on and on, on, on

Yeah, yeah
alright

Well, we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Yeah, we all shine on
On and on and on, on and on

And we all shine on
Like the moon and the stars and the sun
Well, we all shine on

* & * & * & * & * & * & *

"E afinal o que é rock n’ roll? Os óculos do John, ou o olhar do Paul ?".
Engenheiros do Hawaii
Os óculos de John ...sem a menor dúvida!

É que hoje me chamaram de Flor-de-luz e eu me abri em girassol...well, we all shine on...

terça-feira, dezembro 19, 2006

Ícaro

Deixei acumular certas pedras no caminho...
Hoje, bela montanha!
Daqui do topo a vista é.
E eu sou.
Abro os braços ,
Meu exercício de liberdade, meus limites, minhas dimensões.
Trago o peito aberto e o sonho de Ícaro pulsando...
Todo campo é simbólico.
E toda vida em meus vôos.
*
*
Cecília Braga

domingo, dezembro 17, 2006

Despossuir

Nesses dias têm me vindo à mente
essas coisas que o tempo leva
sem nos darmos conta
não que não façam falta
- porque fazem
mas porque existe algo na vida
que é um despossuir
um constante arrancar de nós,
um rasgão no peito que não termina
que dói em silêncio
que grita e ecoa
na consciência daquilo que se foi.
Tomas Barth


; ................................

Os dias professando sobre o aprender,
A transitoriedade de tudo na vida e da vida testemunhando sobre o desapegar-se.
E o Domingo recolhendo as dores, as cores e os rumores da semana.
Recolhi os ecos dos meus dias, os gritos do desapego.
Tenho acolhido com dor e alegria, suor e sangue, lágrimas e esperanças
tudo que a vida quer me ensinar
Porque sou ávida por aprender
mas tenho tanto amor...que quase sempre me falta a razão.
E só sei usar cores intensas.
Desenho o meu domingo-outono...certas folhas caem, secas e mortas.
Minha consciência evoca saudade. Esse vento frio leva...lava...chuva de outono, choro.
Terra molhada...entre o marrom-escuro das folhas mortas,molhadas...há o verde. Broto, vida. Adubo.Vida Nova...solo fértil.Enfim, Cipreste.
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Cecília Braga

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Não sei...

Hoje eu só peço ao dia um instante de paz...repleto de música
É que preciso fechar meus olhos, deixar meu corpo vibrar
Tentar harmozinar tudo em mim...essas mãos trêmulas, essa disritmia.
Diante do improvável, eu estive. E, meu Deus, ousei tocá-lo.
E, agora, o que fazer com tudo isso gravado em minhas retinas, tatuado em meu corpo, unificado em minha alma?!
Não sei...Só sei que existe alguém capaz de me desarticular inteira
E, de tal forma, que sozinha não saberei nunca colocar tudo no lugar.
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*
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Cecília Braga

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mind Games - John Lennon



We're playing those mind games together,
Pushing barriers, planting seeds,
Playing the mind guerilla,
Chanting the Mantra peace on earth,

We all been playing mind games forever,

Some kinda druid dudes lifting the veil.
Doing the mind guerilla,
Some call it the search for the grail,
Love is the answer and you know that for sure,
Love is flower you got to let it, you got to let it grow,

So keep on playing those mind games together,

Faith in the future outta the now,
You just can't beat on those mind guerillas,
Absolute elsewhere in the stones of your mind,

Yeah we're playing those mind games forever,

Projecting our images in space and in time,
Yes is the answer and you know that for sure,
Yes is the surrender you got to let it, you got to let it go,

So keep on playing those mind games together,

Doing the ritual dance inn the sun,
Millions of mind guerrillas,
Putting their soul power to the karmic wheel,

Keep on playing those mind games forever,

Raising the spirit of peace and love, not war,
(I want you to make love, not war, I know you've heard it before) ...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Armado de Amor


Volto armado de amor
para trabalhar cantando
na construção da manhã.
Reparto a minha esperança
e canto a clara certeza
da vida nova que vem.
Um dia, a cordilheira em fogo,
quase calaram para sempre
o meu coração de companheiro.
Mas, atravessei o incêndio
e continuo a cantar.
Ganhei, sofrendo,
a certeza de que o mundo não é só meu.
Mais que viver,
o que importa é trabalhar na mudança
(antes que a vida apodreça)
do que é preciso mudar.
Cada um na sua vez,
cada qual no seu lugar.

*
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Thiago de Mello

terça-feira, dezembro 12, 2006

Deserto

Às vezes Deus me tira tudo...
E caminho na aridez do deserto.
Meu pensamento em chamas, esse silêncio cortado pelo som do vento, as ondas na areia...
Tenho os olhos úmidos, a boca seca e uma certeza:Há uma fonte de água viva!
O dia me arde, a noite me congela...
E tanta beleza!
Lugar de solidão é também lugar de encontro.
Essas marcas na areia...
Essa presença suave e forte...
E o meu sorriso...eu nunca caminho só. E sem nada nas mãos...é que tenho tido tudo.
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Cecília Braga

domingo, dezembro 10, 2006

O amor comeu



"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.

O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.

O amor comeu meus cartões de visita.

O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.

O amor comeu metros e metros de gravatas.

O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.

O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas.

Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X.

Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.

Comeu em meus livros de prosa as citações em verso.

Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete.

Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa.

Bebeu a água dos copos e das quartinhas.

Comeu o pão de propósito escondido.

Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.

O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras.

Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade.

Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré.

Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia.

Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.

Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam.

Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta.

Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra.

Meu dia e minha noite.

Meu inverno e meu verão.

Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."


João Cabral de Melo Neto, fala de Joaquim em "Os Três Mal-Amados"

"Tu quoque, Brute, fili mi?"


"Tenha dó,
não mereces o afago
nem de Deus nem do Diabo
Quanto mais da mão
que um dia eu dei pra ti...".
Los Hermanos

Versos Íntimos
Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,Mora, entre feras, sente inevitávelNecessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
******
Há dias em que é díficil recolher os próprios cacos...
Essa tempestade de areia.
Trabalho de Arqueólogo: Escombros, ruínas...
Minha civilização?!
Preciso é de bárbarie.
Ah, mas eu não esperava que ...
É que eu estava de costas...
E sem defesas...
O sangue na garganta...essa mão no peito...os olhos abertos, a lucidez da última hora e a certeza: foi você, amigo!
*
*
*
Cecília Braga

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Patch Adams



"Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o estreitado aroma que subiu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono".

Pablo neruda
*********
"A medida de amar é amar sem medida". Santo Agostinho
*********
More
Englishman J.


Well she says life sucks it's the truth I mean
Didn't you think it'd be better than this
So where's that prize that I was promised?
Where's my great reward?
Where's my happiness?

Coz I want something more
I need something more

We're all style over substance and
We're pride reluctance to the bitter end
So give me passion over reason
Give me something to believe in
And I'll be content

Coz I want something more
I need something more

Give me passion give me feeling
Give me something to believe in
Give me passion over feeling
Give me reasons to keep breathing (x3)

Coz I want something more
I need something more
I need something
I want something
I need something
Give me something
Coz I want something more
I need something more

Give me passion give me feeling
Give me something to believe in
Give me passion over feeling
Give me reasons to keep breathing (x3)

Give me passion

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"Ide pois aos vossos campos e pomares,

E lá aprendereis que o prazer da abelha é de sugar o mel da flor,

Mas que o prazer da flor é de entregar o mel à abelha.

Pois, para a abelha, uma flor é uma fonte de vida.

E para a flor uma abelha é mensageira do amor.

E para ambas, a abelha e a flor,

Dar e receber o prazer

É uma necessidade e um êxtase".

Khalil Gibran
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Acredito que o amor transforma, cura e nos salva...
Dia após dia que estejamos sempre dispostos a amar...apesar de....

Maluco Beleza (Trailer)


O MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL

Entender a estrutura manicomial como desumana, ineficiente por seus resultados desastrosos, constitui apenas um dos aspectos a considerar. Quando pensamos em fulminar um movimento com o objetivo de esfacelar estruturas que foram lentamente construídas num processo de exclusão, é imprescindível para seu desenvolvimento satisfatório, compreender aspectos que foram e ainda são determinantes na sua construção. A produção da loucura que aparece em alguns, não pode ser observada por um processo interno apenas, como se fosse algo que o indivíduo individualizado carrega nos ombros, isolado do contexto em que foi produzida. É preciso alertar sobre a necessidade do coletivo e do indivíduo como parte do coletivo na produção desse processo, seus mecanismos estruturantes e a necessidade de eterniza-los nos muros do modelo manicomial que ao mesmo tempo que é excludente, é vestido com a roupagem de protetora dos doentes mentais, desculpabilizando o coletivo. É ainda mais, o que acontece dentro desse movimento, como parte desse coletivo que grita por uma mudança, questionando a institucionalização da loucura? É preciso para termos o sucesso desejado, ao abrir as portas do hospital para integrar o indivíduo para a comunidade, compreender a complexidade dos aspectos determinantes dessa história que queremos mudar. Somente assim, teremos respaldo para lançar mão de instrumentos eficientes para promover uma verdadeira reforma nos modelos legitimados.

Laeuza de Farias

Porque "de perto ninguém é normal" e você também pode ser recolhido a Casa Verde...
Faça parte desse movimento!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Ainda pensando em Terry Fox...

Maratona da Esperança


Terry Fox ( 28/07/58 - 28/06/81)

Depois de perder uma de suas pernas por conta de câncer nos ossos aos 18 anos, Terry Fox passou um período no hospital onde se compadeceu com o sofrimento das pessoas, inclusive crianças.Decidiu então cruzar o Canadá a pé para arrecadar fundos para pesquisas do tratamento de câncer, contra vontade de tudo e todos. 1 Dólar para cada canadense. Ele pretendia arrecadar 23 milhões. Quando faleceu havia arrecadado 24 milhões, e já arrecadou mais 400 milhões.
Maratona da Esperança...Terry Fox correu em média 45 Km- por dia, apesar de ter uma perna artificial. Após 143 dias consecutivos, e de ter pecorrido aproximadamente 5 300 quilômetros, Fox foi obrigado a parar sua jornada, quando soube que seu câncer havia se espalhado atingindo seus pulmões. Fox morreu alguns meses depois, um mês antes de completar 23 anos.
Pessoas assim renovam a esperança de que é possível sim um mundo melhor
e que eu posso ser mola propulsora de mudanças...porque a minha dor não precisa me paralisar ... Terry - filme perfeito!
A mente fervilhando e tantas pontes sendo construídas...sim, é tão simples e possível quanto nos mostra a corrente do bem...
A compaixão exige de nós ação,
Romper com nossa apatia e indiferença...se envolver, se doar e atuar! Não vejo outra maneira da vida fazer sentido...
*
*
*

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Phréatique

Re-vira-volta, madrugada que se embola em meus lençois. Inquieta.
Certos dias não têm pressa pra nascer...Inquieto-me.
E a noite geme... dores do parto, angústia de quem espera
Rompe a manhã, rasga o véu, chora orvalho...sol nas-céu.
É com alegria e medo que tenho o dia nas mãos...
Olho no olho...Assombro!O dia pede muito mais de mim!
E, por Deus! Eu quero dar-me toda...
Para vê-lo degradê-cer na noite que me receberá exausta em seus braços...
Vai-vem, embalo que me re-vigora a alma.
A-cor-dada... ver-de-novo dia que me enlaça e me convida a deixar os meus lençois...freáticos
porque toda gota d'água quer mesmo é des-aparecer no mar....nesse vai-vem das ondas.
*
*
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Cecília Braga

Deus é Pai

"Quando o sol não havia ainda cessado o brilho,
Quando a tarde engolia aos poucos as cores do dia
E despejava sobre a Terra os primeiros retalhos de sombra,
Eu vi que Deus veio assentar-se perto do fogão de lenha da minha casa
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça e
buscou um copo de água num pote de barro que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de um homem feliz, realizado
Parecia imerso na alegria que é própria de quem cumpriu a sina do dia
E que agora recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe
Eu olhava e pensava: como é bom ter Deus dentro de casa,
como é bom viver esta hora da vida em que tenho o direito de ter um Deus só pra mim,
caí nos seus braços, bagunçar-lhes os cabelos, puxar a caneta de seu bolso
e pedir que ele desenhasse um relógio bem bonito no meu braço
Mas aquele homem não era Deus,
Aquele homem era o meu pai.
E foi assim que descobri que o meu pai com seu jeito finito de ser Deus,
revelava-me Deus com seu jeito infinito de ser Homem".
*
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Fábio de Melo

terça-feira, dezembro 05, 2006

Tears in Heaven


Would you know my name if I saw you in Heaven?
Would it be the same if I saw you in Heaven?
I must be strong and carry on,
'Cause I know I don't belong here in Heaven.

Would you hold my hand if I saw you in Heaven?
Would you help me stand if I saw you in Heaven?
I'll find my way through night and day,
'Cause I know I just can't stay here in Heaven.

Time can bring you down; time can bend your knees.
Time can break your heart, have you begging please, beggingplease.

Beyond the door there's peace I'm sure,
And I know there'll be no more tears in Heaven.

******No ano de 1991, o filho Conor, de 4 anos, nascido de um relacionamento extra-conjugal, caiu do apartamento onde morava com a mãe e faleceu.

Porque essa música e esse vídeo sempre me fazem chorar...
e porque uma dor me encheu o peito,
marjorrou dos olhos,
quando li o post da Elenita...
E esta terça-feira tão preenhe de saudades, lembranças, medos e desamparo deveria me esvaziar...mas continuo cheia...
Dia emoldurado em cinza tempestade...chuva que c
________________________________________ a
__________________________________________i
E essa semente que morre pra
________r
_______a
______n
_____i
___m
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Cecília Braga

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Volare



Volare
Gipsy Kings

Pienso que un sueno parecido no volvera mas
Y me pintaba las manos y la cara de azul
Y me improviso el viento rapido me llevo
Y me hizo a volar en el cielo infinito

Volare, oh oh
Cantare, oh oh oh oh
Me blue me pinto de blue
Felice pintar en azul

Y volando, volando feliz
Yo me encuentro mas alto
Mas alto que el sol
Y mientras que el mundo
Se aleja despacio de mi
Una musica dulce
Se ha tocada solo para mi

Volare, oh oh
Cantare, oh oh oh oh
Me blue me pinto de blue
Felice pintar en el azul

Pienso que un sueno parecido no volvera mas
Y me pintaba las manos y la cara de azul
Y me improviso el viento rapido me llevo
Y me hizo a volar en el cielo infinito

Volare, oh oh
Cantare, oh oh oh oh
De blue me pinto de blue
Felice pintar en azul

Volare, oh oh
Cantare, oh oh oh oh
Me blue me pinto de blue
Felice pintar en azul
Pienso que un sueno parecido no volvera mas
Y me pintaba las manos y la cara de azul
Y me improviso el viento rapido me llevo
Y me hizo a volar en el cielo infinito

Volare, oh oh
Cantare, oh oh oh oh
Me blue me pinto de blue
Felice pintar en azul


"Desde que decidi viver
morrer tem sido a vida inteira

lago a lago a espera de um amor

morrer esse mar que me lê
em páginas e mais páginas de areia".

Fernando Koproski
Diante de mim esta página em branco
e uma vontade calma de tornar tudo mais azul...

domingo, dezembro 03, 2006

ab imo pectore: uhuhuuuuuuuu

Show de Engenheiros do Hawaii no sábado 02/12....totalmente excelente!!!
Ainda em êxtase...
Essa música não estava no repertório do show, mas faz parte da trilha sonora da minha vida...
Ilex Paraguariensis

Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessiger

Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória... procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda
Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda
Verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha
Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)
Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza
Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza...
ilex paraguariensis...... ilex paraguariensis...
relax...agora paciência

quinta-feira, novembro 30, 2006

La dolce Vita

Cena de A Doce Vida (La Dolce Vita)...O clássico de Federico Fellini.

"Ver e rever A Doce Vida. Entrar em contato com um clássico e intuir o que significa ser um clássico. Por um lado, é um ponto-limite do cinema, um ápice, perto do qual os outros filmes parecem irrelevantes, medíocres, mesquinhos. O contato com uma obra-prima nos torna exigentes, mais refinados, mas também intimidados - de fato, como ir além dela?"
O Estado de São paulo
"Vem me pedir além do que eu posso dar
É aí que o aprendizado está
Vem de onde não sonhei,me presentear
Quando chega o fim da linha e já não há aonde ir
Num passe de mágica, a vida nos traz sonhos pra seguir
Queima meus navios pra eu me superar
as vezes, pedindo, que ela vem nos dar o melhor de si
E quando vejo,a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim...
Já nem sei se tem fim.
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além
Vem me privar pra ver o que vou fazer
Me prepara pro que vai chegar
Vem me desapontar pra me ver crescer
Eu sonhei viver paixões, glamour
Num filme de chorar
Mas como é Felini, o dia-a-dia
Minha orquestra a ensaiar
Entre decadência e elegância,zique-zaguear
Hoje, aceito o caos.
E quando vejo,a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim,mais de nós, mais além".
Eu e a vida - Jorge Vercilo
Vontade de passar o tempo costurando nuvens...com a linha do horizonte vermelho-poente para arrematar minha tarde.Atividade inútil.Romantismo de quem não sabe mais como esticar a alma...
ah, não sou muito adepta de atividades físicas.E estou exausta...porque sempre dei tudo de mim.
Ah, então não se queixe!Esse abismo é obra de tuas mãos! Ou será porque agora eu já não sei o que fazer com elas?!Costura! Reune os retalhos...parte por parte...deixa a linha da vida traçar o desenho...E, mais uma vez, eu sei, vou dar tudo de mim. Supura...que o tempo cura a ferida. Colágeno...costura. Criança que cai da bicicleta mas, não perde nunca a coragem e o desejo de pedal-ar....máquina de costura a pedal...vida que se vai tecendo, ao vestir sonhos e despir os medos.Ah, minha linha da vida vai dourar de estrelas... E esse pano de fundo negro...vai se tornar o tecido ideal: céu visto... em noite estrelada.
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Cecília Braga

terça-feira, novembro 28, 2006

Bóreas


"E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior
[Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior] ".

O Teatro Mágico - Pena

Hoje estou assim, variável e instável como o vento solar
E que todo esse colorido, esse brilho difuso, que emana do meu sorriso não te engane...
É coisa que se observa nos céus noturnos próximos a zonas polares... não passa de fenômeno optico: aurora polar...aurora boreal...aurora austral.
Aurora...deusa Romana do amanhecer.
Bóreas...Titã representante dos ventos.
É mesmo místico: são os ventos solares, e seus impactos no campo magnético da Terra que produzem a aurora...
E todas essas explosões nucleares na minha superfície...eu sei...é o meu caos originando o cosmo.Explode. Expande. Propaga.Toda essa luz...serei eu, aurorecida.
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Cecília Braga

segunda-feira, novembro 27, 2006

Efeito Borboleta - Destino - by Renan Fernandes


“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. John Donne


"O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados?
Respondo que o oceano sabe.
Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu.
Quem as algas apertam em teus braços? Perguntas mais firme que uma hora e um
mar certos?
Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o
unicórnio do mar, arpado, morre.
Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos
mares do sul.
Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de jóias, é
infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a
pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de
uma cornicópia feita de infinita madrepérola.
Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos
habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu,
investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu.

A única coisa capturada é um peixe dentro do vento".
(Pablo Neruda)

Talvez seja a leitura...mas há dias em que as mãos estão tão quentes e úmidas. Seja como for...Foucault está certo: O saber não é para compreender, é para cortar. Aqui estou, esfacelada em plena segunda-feira, não sei se foi a re-leitura de A Insustentável Leveza do ser, ou a lembrança de O Ponto de Mutação ainda latente.É que tanta coisa queima nessa segunda-feira de sol...e tudo me remete a Teoria do Caos. Mas há a música...

Stop Crying Your Heart Out
Oasis

Hold up
Hold on
Don’t be scared
You’ll never change what’s been and gone

May your smile (may your smile)
Shine on (shine on)
Don’t be scared (don’t be scared)
Your destiny may keep you warm

Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Get up (get up)
Come on (come on)
Why’re you scared? (I’m not scared)
You’ll never change
What’s been and gone

Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

We’re all of us stars
We’re fading away
Just try not to worry
You’ll see us some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Stop crying your heart out
Stop crying your heart out
Stop crying your heart out

Recomendo: O Ponto de Mutação - Fritjof Capra;
A insustentável Leveza do ser - Milan
Kundera.

sábado, novembro 25, 2006

Acredite


Bad Day
Daniel Powter

Where is the moment when we needed the most
You kick up the leaves and the magic is lost
They tell me your blue skies fade to grey
They tell me your passion's gone away
And I don't need no carryin' on

You stand in the light just to hit the low
You're faking a smile with the coffee to go
You tell me your life's been way off line
You're falling to pieces everytime
And I don't need no carryin' on

Because you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work with a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
You had a bad day

Well you need a blue sky holiday
The point is they laugh at what you say
And I don't need no carryin' on

Sometimes the system goes on the blink
And the whole thing turns out wrong
You might not make it back and you know
That you could be well oh that strong
And I'm not wrong

So where is the passion when we needed the most
Oh you and I
You kick up the leaves and the magic is lost


E me surpreendi pensando em um trecho de "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera:
"O acaso tem destes sortilégios, a necessidade, não. Para um amor se tornar inesquecível é preciso que, desde o primeiro momento, os acasos se reúnam nele como os pássaros nos ombros de São Francisco de Assis".
Uma leitura sem igual!